HIPERTENSÃO ARTERIAL: Quem se cuida vive mais
As Doenças Cardiovasculares (DCV) são hoje uma das maiores causas de morbidade e mortalidade no mundo ocidental, considerada uma patologia multifatorial, sendo também conhecidas como Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que as DCNT são responsáveis por mais de 50% de todas as mortes e também por uma significativa porcentagem global de doenças expressa por anos perdidos de vida saudável (World Health Organization,1998; BRASIL, 2007; BRASIL, 2013; CAETANO, 2008; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
Dentre as DCNT a HAS é um importante problema de saúde publica no Brasil e no mundo, sendo ainda um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de DCV, cerebrovasculares e renal crônica (BRASIL, 2007; BRASIL, 2013; CAETANO, 2008; RENNER, 2008).
A HAS, segundo Brasil (2007, p.71), “é responsável por pelo menos 40% das mortes por acidente vascular e por 25% das mortes por doença arterial coronariana”. A prevalência da HAS se correlaciona diretamente com a idade, sendo mais presente entre mulheres e nas pessoas com sobrepeso ou obesidade. Por ser um problema silencioso deve ser investigado sistematicamente, mesmo em face de resultados iniciais normais (BRASIL, 2007; RENNER, 2008).
Investir na prevenção é decisório não só para garantir a qualidade de vida como também para evitar a hospitalização, incapacidades e os conseqüentes gastos gerados com a tecnologia da medicina moderna (BRASIL, 2007; BRASIL, 2013).
É de extrema necessidade a avaliação periódica da saúde, no intuito de detectar problemas e fatores de risco associados às alterações cardiovasculares. Dentre esses fatores pode-se citar: a idade, o sexo, a raça, a obesidade, o estresse, a vida sedentária, o álcool, o tabaco, a alimentação rica em sódio e gordura dentre outros (CAETANO,2008).
É preciso ter em mente que a manutenção da motivação do paciente em não abandonar o tratamento é talvez uma das batalhas mais árduas que profissionais de saúde enfrentam em relação ao paciente hipertenso. Para complicar ainda mais a situação, é importante lembrar que um grande contingente de pacientes hipertensos também apresenta outras comorbidades, como diabete, dislipidemia e obesidade, o que traz implicações importantes em termos de gerenciamento das ações terapêuticas necessárias para o controle de um aglomerado de condições crônicas, cujo tratamento exige perseverança, motivação e educação continuada (FILHO, UCHOA e LIMA-COSTA, 2006; BRASIL, 2007; BRASIL, 2013).
Referências:
BRASIL. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Manual técnico / Ministério da saúde; Secretaria de atenção à saúde; Departamento de atenção a saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2007.
BRASIL. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica. Manual técnico / Ministério da saúde; Secretaria de atenção à saúde; Departamento de atenção a saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
CAETANO, J. A. et al. Descrição dos fatores de risco para alterações cardiovasculares em um grupo de idosos. Texto contexto - enfermagem, Florianópolis, v. 17, n. 2, p. 327-335. 2008.
FILHO, A. I. de l, UCHOA, E, LIMA-COSTA, M. F. Estudo epidemiológico de base populacional sobre uso de medicamentos entre idosos na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro, v 22 (12), p. 2657-2667, 2006.
RENNER, S. B. A. et al. Associação da hipertensão arterial com fatores de riscos cardiovasculares em hipertensos de Ijuí, RS. Revista Brasileira de Análises Clínicas, Rio de Janeiro, v 40 (4), p. 261-266, 2008.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 95, n. 1, p. 1-51, 2010. Suplemento 1.
World Health Organization. Population ageing: a public health challenge [n.135]. Geneva (CH): Fact Sheet; 1998.
Postado em: 03/03/2018
Por: Edilon Miranda (Enfermeiro-ESF)