Febre Maculosa

Febre Maculosa: Doença não é transmitida

por cachorros ou gatos

 

A doença não é transmitida por cães ou gatos, mas é preciso atenção ao levar seus bichinhos para passear em áreas onde animais silvestres tenham livre circulação.

Se você vai aproveitar o final de semana para entrar em contato com a natureza e decidiu ir até uma cachoeira, uma fazenda um pouco afastada da cidade ou qualquer outro tipo de turismo ecológico, preste atenção. Alguns carrapatos podem transmitir uma doença chamada febre maculosa, que deve ser tratada rapidamente. Se você for picado por um carrapato e apresentar os sintomas da febre maculosa vá até o posto mais próximo e comunique as autoridades de saúde competentes na região.

No Brasil, a febre maculosa é uma doença de notificação imediata, ou seja, nas três esferas de governo, às autoridades de saúde deve ser sinalizadas sobre o aparecimento do problema em até 24 horas. Entre os principais sintomas da doença estão febre elevada, cefaleia, dores musculares intensas e/ou prostração. Em seguida ao aparecimento desses sinais, o paciente pode ainda apresentar manchas avermelhadas, chamadas de erupções cutâneas, chamando a atenção o envolvimento das palmas das mãos e plantas dos pés. As  manifestações dos sintomas da doença podem surgir após um período de incubação da bactéria que leva em média 7 dias, podendo variar de 2 a 15 dias.

A febre maculosa é uma doença transmitida pela picada de carrapatos infectados por uma riquétsia, que é um tipo de bactéria. Mas não são todos os carrapatos que transmitem a doença. Entretanto, em uma região com maior proliferação de carrapatos, aumentam as chances da existência de carrapatos infectados. Essa bactéria vive em roedores como a capivara, e também em gambás, coelhos, cavalos, gado, cão, etc. É importante entender que você não vai pegar a doença só por estar em contato com a natureza ou com algum desses animais. Ela só poderá ser transmitida se você for picado pelo carrapato infectado pela bactéria.

“Nem todo carrapato é infectado. O fato de você achar um carrapato te picando não quer dizer que você já está ou, necessariamente, vai pegar a febre maculosa, já que o carrapato pode não estar infectado. Se o carrapato estiver com a bactéria, de acordo com a literatura, quanto menos tempo ele ficar em contato com a pele, menor será a probabilidade da pessoa pegar a doença”, reforça o coordenador geral de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Sérgio Andrade Nishioka,.

A doença não é nova e ocorre durante todo o ano. Em todas as regiões do país há incidência do problema, sendo as regiões Sul e Sudeste aquelas onde se encontram os maiores números de casos.

“Os principais tipos de carrapatos que transmitem a doença, no geral, vivem em animais silvestres. Aqui no Centro-Oeste um dos exemplos desses animais é a capivara. Não é fundamentalmente uma doença que você vai adquirir no lar, com os seus bichos de estimação. É uma doença que você pode pegar se for num passeio, num ambiente onde haja muitas capivaras que estejam infectadas com a bactéria”, explica Sérgio Andrade Nishioka.

O tratamento precoce é essencial para evitar formas mais graves da doença, que podem levar o paciente à morte. Todo e qualquer caso suspeito de febre maculosa deverá ser avaliado e acompanhado por um médico.  O tratamento para a doença está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). 

“É muito importante, como medida preventiva, que se a pessoa foi andar em um lugar onde há contato com esses animais silvestres, que use métodos de proteção para que seu corpo não entre em contato direto com o carrapato. Mesmo que tome cuidado, verifique quando chegar dessa caminhada se não há no corpo um carrapato aderido à pele”, reforça Sérgio.

Então fique atento e reforce o cuidado. Essas dicas podem garantir a sua segurança contra a febre maculosa:

• Usar roupas claras e com mangas compridas para facilitar a visualização de carrapatos e impedir que eles entrem em contato com o seu corpo.
• Usar calças compridas, inserindo a parte inferior por dentro de botas, preferencialmente de cano longo e vedadas com fita adesiva de dupla face também pode ajudar a se proteger do inseto infectado.
• Examine o próprio corpo a cada três horas a fim de verificar a presença de carrapatos. Quanto mais rápido eles forem retirados, menor a chance de infecção.
• Não esmague o carrapato com as unhas, pois o mesmo pode liberar bactérias e contaminar partes do corpo com lesões.
• Evite caminhar, sentar ou deitar em áreas conhecidamente infestadas por carrapatos ou de livre circulação de animais silvestres.

 

Caso você ache um carrapato na pele, tenha cuidado ao retirar o ácaro:

• Não o esprema com as unhas e não encoste fósforo, cigarro ou agulhas.
• Para retirá-lo faça movimentos com leves torções, utilizando uma pinça, e puxe-o.

Animais de estimação

“O Ministério da Saúde não foi notificado até o momento sobre casos de febre maculosa em animais de estimação”, informa Simone Pereira, da Unidade de Vigilância das Zoonoses do Ministério da Saúde. Vale mencionar a importância de animais como o cachorro, o cavalo e a capivara no ciclo de transmissão da doença, que, além de fonte de alimentação para os carrapatos, podem auxiliar no deslocamento de insetos infectados e estão próximos ao homem.

Tome cuidado se levar seu bicho de estimação para o ambiente rural, num passeio de turismo ecológico ou parques e até praças em áreas onde outros animais silvestres tenham livre circulação.

Esses animais podem servir de amplificadores da doença se entrarem em contato com ambientes com carrapatos. Isso quer dizer que eles podem carregar o carrapato de um lugar para o outro, até que esse tipo de ácaro chegue ao homem.  Porém, não são transmissores da doença.

Fique tranquilo! O seu bicho de estimação não vai te passar a febre maculosa.

 

 

Fonte: Bloq da Saúde

Disponível em: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/geral/51725-febre-maculosa-doenca-nao-e-transmitida-por-cachorros-ou-gatos